Este blog é destinado a divulgar informações e a debater questões sobre as passagens de Darwin pelo Brasil em 1832 e em 1836. Estarão disponíveis imagens, textos, material audiovisual, links etc relativos à minha vinda à América do Sul, particularmente ao Brasil.

domingo, 11 de outubro de 2009

Música no Brasil no período de Darwin

A música brasileira em meados do século XIX, período em Darwin esteve no Brasil fazendo suas pesquisas, estava começando a ganhar uma identidade própria. É provavel que Darwin tenha conhecido alguma coisa por aqui, dos maxixes, modinhas e lundus e tenha presenciado algum momento musical próprio das terras brasileiras. Como esse, abaixo, onde se toca e se dança lundu. Ele relata que ouviu cânticos entoados pelos escravos nas ruas de Salvador e na Fazenda Sossego. Foi também a uma apresentação de piano de obras de Mozart, no Rio de Janeiro, possivelmente no Teatro João Caetano, mas não apreciou o espetáculo.




gravura  A dança do Lundu - Rugendas

A música brasileira era muito influenciada pelos batuques dos negros escravos. A música, nos rituais escravos, era praticamente obrigatória. Nessa cena retratada pelo artista J.M. Rugendas, vemos uma típica dança praticada pelos negros chamada fandango.





Outro ritual praticado também pelos negros, onde a música estava presente, era a capoeira, uma luta de defesa pessoal.



Jogar capüera ou dance de la guerre

RUGENDAS, J.M. Voyage pittoresque et historique dans le Brasil. Paris: Engelmann et Cie, Paris, 1834.

Darwin relata que ouviu cânticos entoados pelos escravos nas ruas de Salvador e na Fazenda Sossego. Foi também a uma apresentação de piano de obras de Mozart, no Rio de Janeiro, possivelmente no Teatro João Caetano, mas não apreciou o espetáculo.

Textos de Darwin em seu diário que tratam das músicas que ouviu no Brasil:

2 e 3 de março [Em Salvador]

“Todo o trabalho é feito pelos negros, reunidos em grande número em torno dos armazéns dos comerciantes. As discussões surgidas sobre o valor do pagamento são muito animadas. Durante todo o tempo, os negros usam muita gesticulação e clamor e, ao cambalear sob seu fardo pesado, marcam o compasso e se animam com uma canção tosca.”

13 de abril [Na Fazenda Sossego, Vale do Rio Macaé]
“Uma manhã saí para caminhar uma hora antes do nascer do sol para admirar o silêncio solene da paisagem. Afinal, o silêncio foi quebrado pelo cântico matinal, entoado bem alto por todos os negros — seu dia de trabalho geralmente começava dessa forma.”

14 de junho [No Rio de Janeiro]

"Jantei com o sr. Aston e com um grupo muito festivo e agradável. À noite, fui com o sr. Scott (o adido) ouvir um afamado pianista. Ele disse que as aberturas de Mozart eram fáceis demais. Suponho que fossem tão fáceis quanto era difícil, para mim, gostar da música que ele tocou."


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